Baile! Brasil sofre a segunda derrota e precisará vencer a França na segunda
Seleção Brasileira começa bem, mas é envolvida pela tática dos adversários, perde para a Itália pela primeira vez nas Olimpíadas e se complica
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- Vicente Almeida
- Esportes
- 14 Agosto 2016 - 03:46
A seleção brasileira masculina de vôlei foi derrotada pela Itália por 3 sets a 1 (25-23, 23-25, 22-25 e 14-25), na noite deste sábado, 13, no Maracanãzinho, e se complicou na sequência do torneio masculino de vôlei das Olímpiadas Rio 2016. Tudo porque os italianos irão enfrentar o Canadá na ultima rodada. Como os líderes da do grupo já estão classificados, devem jogar com a equipe reserva e uma derrota transforma a partida entre Brasil e França, na segunda a noite, em um jogo eliminatório. Ou seja, quem perder estará fora da competição ainda na fase de grupos dando adeus ao sonho da medalha olímpica. A equipe de Bernardinho começou muito bem o jogo desta noite. Disposta a manter a escrita de jamais ter perdido para a Itália em uma Olimpíada, os brasileiro s começaram bem venceram o primeiro set, Mas o que se viu à partir da segunda passagem foi um show de técnica e estratégia do melhor time do torneio, até o momento. Os italianos, que estão invictos, aumentaram a marcação sobre o time brasileiro e passaram a cometer menos erros nos sets finais. Com isso, passaram a dominar o jogo e envolveram completamente os donos da casa. A diferença tática se evidenciou no quarto set quando, sem muito trabalho, os italianos fecharam a conta com uma diferença de 11 pontos. Agora, a seleção vice campeã olímpica para não ser eliminada na primeira fase, precisará vencer a França de qualquer maneira na última rodada.
BRASIL FORÇA SAQUE, JOGA BEM E SAI NA FRENTE
O primeiro set começou com um ponto de bloqueio brasileiro. O time italiano passou a forçar o saque para tentar desmobilizar a defesa brasileira que, por sua vez, tentava forçar o saque para conquistar os pontos em cima da seleção adversária. Apenas no primeiro terço da passagem, cada equipe havia desperdiçado cinco pontos forçando os saques. O jogo estava muito preso. A Itália conseguiu dois pontos seguidos, um de ace e outro de bloqueio e obrigou Bernardinho a fazer a primeira parada técnica da partida para tentar reorganizar o time em quadra. Os europeus continuavam marcando as bolas e aumentaram a vantagem para três pontos. O time dono da casa conseguiu duas bolas de contra ataque e diminuiu a diferença para um ponto. Então, foi a fez do técnico Gianlorenzo Blengini parar o jogo. O levantador Gianelli errou o passe e o juiz marcou dois toques. Era o empate da seleção brasileira. O set se equilibrou, os times trocavam bolas e em um belo bloqueio de Mauricio, o Brasil passou a frente. Os italianas pediram um toque na rede e solicitaram o desafio eletrônico para comprovar o palpite, mas as imagens mostraram que foi a bola que bateu na fita para felicidade do público presente no ginásio. Bobeira dos brasileiros e Birarelli empurrou a bola para a quadra brasileira. Na sequencia, o ace do italiano Giannelli provocou o segundo pedido de tempo técnico da comissão técnica brasileira. O levantador reserva da Itália fez outro belo saque, mas a bola saiu. Wallace abriu na saída de rede e no contra-ataque cravou a bola no chão, saiu vibrando, empatando a partida. Com o jogo empatado em 23 a 23, o ponteiro Lipe forçou uma bola dividida na rede e conquistou o set-point. No ataque para fora da equipe italiana, o Brasil fechou em 25 a 23.
ITALIANOS DIMINUEM OS ERROS E EMPATAM A PARTIDA
O segundo set começou assim com terminou o primeiro, com um grande ponto do ponteiro Wallace. Birarelli passou bem pelo saque e os italianos pularam na frente. O Brasil reagiu e empatou. Lucarelli acertou três bolas seguidas. Uma largada espetacular no fundo de quadra, uma bola explorada no bloqueio e uma diagonal curta próxima à rede europeia forçando o pedido de tempo técnico do italiano. Na volta do intervalo o árbitro marcou toque na rede dos brasileiros que pediram o desafio eletrônico. Os italianos variavam o jogo e complicavam a defesa brasileira que se precipitava e colocava para fora alguns ataques fundamentais. Lanza acertou o saque e colocou a Itália quatro pontos na frente. O time brasileiro se organizou em uma sequencia fantástica virou o placar para 15 a 14, forçando a comissão técnica italiana a parar a partida. O time europeu caprichou na catimba e Lucarelli ensaiou uma discussão com Zaytsev e tomou uma bronca daqueles do líbero Serginho. Na sequencia da partida o ponteiro brasileiro largou o braço, obrigando o libero Colaci a ir fora de quadra para tentar recuperar a bola, porém sem sucesso. O jogo esquentou e as equipes salvaram bolas muito difíceis no fundo de quadra até que Wallace confirmou o ponto verde e amarelo. Lipe saiu do banco de reservas para incendiar a partida. O ponteiro vibrava muito a cada ponto conquistado. Mas a seleção brasileira não conseguia distribuir muito as bolas e o bloqueio italiano chegava quase em todas as bolas. Com a partida empatada em 21 pontos, Bernardinho promoveu Willian e Mauricio Borges na inversão de “cinco um”. Não deu certo e o técnico brasileiro devolveu os titulares brasileiros à quadra. No bloqueio para fora de Mauricio Souza, os italianos conquistaram o set point e com um ataque forte de Lanza, após o passe quebrado na recepção brasileira. Bernardinho ainda solicitou o desafio eletrônico pedindo invasão por baixo do jogador italiano, mas as imagens mostraram que não houve nada e a Itália devolveu o 25 a 23 do primeiro set, empatando em 1 a 1.
DETERMINADOS, ITALIANOS VIRAM O JOGO
Lucão atacou uma bola pelo meio de rede e cravou o primeiro ponto do terceiro set. os italianos se atrapalharam na recepção de bola, que ao passar para a quadra brasileira viu Lucarelli atacar cruzado e fazer 2 a 0. Bruninho pensava em distribuir mais o jogo e, no meio de rede e o autor do primeiro ponto do set cravou a bola na quadra italiana. Zaytsev devolveu a bola cruzada e quebrou a sequencia de pontos do Brasil. os donos da casa não se abateram e abriram uma vantagem de 5 a 1, obrigando o técnico adversário a parar a partida. Com o jogo complicado para o time europeu, o oposto Zaytsev começou a chamar a responsabilidade para ele e passou a virar bola em cima de bola e com o ajuste no saque, os italianos colaram no placar. Bernardinho parou o jogo para frear a reação dos adversários. Deu certo e o Brasil virou a bola. O técnico italiano solicitou o desafio eletrônico para desespero do oposto de sua equipe que estava no lance e viu que a bola passou longe da mão do brasileiro. Impressionante como os fundamentos da equipe italiana estavam funcionando bem. O saque forçado, a defesa passando bolas sem quebrar o passe e o bloqueio montado e bem encaixado do centro para as pontas em todas as bolas brasileiras. Bernardinho parou a partida para esfriar o time adversário e reorganizar sua equipe. Os times seguiam trocando bolas, Lanza cravou a bola na quadra e o árbitro deu bola fora. O banco italiano pediu o desafio eletrônico que confirmou a bola fora. Confusão mais uma vez na marcação do décimo nono italiano. Os juízes marcaram bola na antena brasileira, o que gerou enorme discussão dos jogadores brasileiros com os árbitros de linha e de cadeira. Assim que a bola subiu, um susto. Após compor a montagem do bloqueio triplo na saída de rede, Lucarelli pisou no pé de Lucão ao aterrissar e quase torceu o tornozelo. O time da Itália cresceu na partida e passou a explorar o bloqueio dos brasileiros. Na largada de Lanza e no tapa do defensor brasileiro na bola que saiu, os italianos fecharam a terceira passagem em 25 a 22, virando o jogo para 2 a 1.
MARCAÇÃO ITALIANA FUNCIONA E EUROPEUS SOBRAM NO SET
A bola subiu e logo na primeira disputa, Maurício tocou na rede. Ponto italiano para abrir o quarto set. Bruninho vibrava e tentava mexer com o time brasileiro que não começou muito bem, cometendo alguns erros que custariam caro mais tarde. O time italiano jogava com inteligência tática. Com paciência, marcava bem o ataque dos donos da casa e abriu 8 a 5 rapidamente no set. o técnico brasileiro parou o jogo pedindo tempo técnico para reorganizar seus comandados. Porém, a dupla Giannelli e Birarelli estava entrosada demais e marcava todos os pontos para os italianos que no ace de Juantorena abriram seis pontos de diferença, fazendo Bernardinho parar o jogo. Mas coisa não estava boa, os brasileiros não conseguiam furar o bloqueio dos europeus. O técnico dos donos da casa colocou Douglas no lugar de Lipe e William no lugar de Bruno, fazendo uma mexida tática dentro de sua equipe. Porém, era a distribuição tática dos italianos que dava resultado. O bloqueio tocava em todas as bolas, o que facilitava a defesa e a armação dos contra ataques para cima dos campeões olímpicos de 2004. Com inacreditáveis sete pontos de vantagem, os comandados de Gianlorenzo Blengini passaram a administrar a partida, trocando bolas e esperando o fim do quarto set. Tudo dava errado para o time verde e amarelo, até Wallace que foi o principal nome brasileiro dos primeiros sets viu seu ataque rolar sobre a rede e sair. No toque na rede dos brasileiros, os italianos fecharam o set em 25 a 14 e a partida por 3 a 1.
A seleção brasileira masculina de vôlei volta à quadra do Maracanãzinho, na próxima segunda, dia 15, às 22h35m para enfrentar a França e precisa da vitória para não ser eliminado ainda na primeira fase das Olímpiadas Rio 2016.
FICHA TÉCNICA:
Brasil 1 x 3 Itália
Local: Ginásio do Maracanãzinho
Data: 13 de agosto de 2016 (segunda)
Horário: 22h35m (de Brasília)
Levantadores
Bruninho (Modela/Itália)
William (Sada Cruzeiro)
Raphael (Funvic/Taubaté)
Opostos
Wallace Souza (Sada Cruzeiro)
Evandro (Suntory/Japão)
Wallace Martins (Brasil Kirin)
Centrais
Lucão (Modela/Itália)
Isac (Sada Cruzeiro)
Sidão (Sesi-SP)
Éder (Sada Cruzeiro)
Maurício Souza (Brasil Kirin)
Ponteiros
Murilo (Sesi-SP)
Lucarelli (Funvic/Taubaté)
Lipe (Funvic/Taubaté)
Lucas Lóh (Brasil Kirin)
Douglas (Sesi-SP)
Líberos
Serginho (Sesi-SP)
Tiago Brendle (Brasil Kirin)
Técnico: Bernardinho