Dos filhos deste “solo” és mãe gentil; prata e bronze, Brasil
Em casa, Diego Hypolito conquista a prata e Arhtur Nory fica com o bronze em dobradinha brasileira no pódio do exercício de solo da ginástica artística
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- Vicente Almeida
- Esportes
- 14 Agosto 2016 - 15:50
Histórico! O dia foi histórico para o esporte brasileiro na disputa da final dos exercícios de solo da ginástica artística da Rio 2016. Pela primeira vez em vinte anos, dois atletas brasileiros conquistaram uma medalha na mesma categoria, o que não acontecia desde os Jogos de Atlanta com a dobradinha campeã e vice do vôlei de praia feminino. Em sua terceira Olímpiada, Diego Hypólito, favorito de outrora, que entrou menos badalado na competição desse ano, conquistou a prata e Athur Nory, que estreia na competição e se classificou para a final ao herdar a vaga do terceiro japonês que estava à sua frente, o que não é permitido pelo regulamento, conquistou a medalhar de bronze. Nem os pequenos erros que cometeram durante sua série de exercícios foi capaz de tirar o sorriso e a sensação de dever cumprido dos ginastas brasileiros. O ouro ficou com o britânico Max Whitlock. O público festejou como poucas vezes se viu em uma arena olímpica. Os brasileiros foram ovacionados e no pódio após a entrega das medalhas e a execução do hino britânico ouviram o ginásio inteiro cantar à capela o hino brasileiro. Um das cenas mais bonitas do esporte nos últimos tempos.
Segundo a pisar no tablado, Diego Hypólito respirou fundo, abriu os braços, olhou no horizonte e voou. Voou para a glória, voou para a prata. Com pequenos deslizes que tiraram alguns pontos de sua série, o ginasta brasileiro quando aterrissou de seu ultimo salto sabia que havia conquistado um ótimo resultado. Diferente das Olímpiadas de Pequim e Londres, o brasileiro sabia que estava na briga, mesmo com a boa atuação do britânico Max Whitlock que se apresentou logo após Diego, superando Hypólito em 0,1 a nota 15.533 do atleta da casa.
O dia era mesmo iluminado para os ginastas da casa. Arthur Nory Mariano, que se classificou graças à regra que limita a participação de dois atletas de cada país nas finais de aparelhos, já que havia ficado em nono, levantou a plateia. Com uma série audaciosa que conseguiu cravar a maioria de seus saltos, o ginasta atingiu a nota 15.433 e cravou o terceiro lugar.
Daí até o fim das apresentações foram minutos de suspense e tensão na Arena do futuro. Grande favorito, o japonês tricampeão mundial vacilou e errou em sua série. Faltavam apenas dois ginastas para garantir a dobradinha do Brasil no pódio do exercício de solo da ginástica. O ginásio ficou mudo após a ultima apresentação e
Aos prantos, o Diego Hypólito falou sobre os tombos nas Olimpíadas anteriores, seus sonhos e a volta por cima na Rio 2016.
- Na primeira Olimpíada (Pequim) eu cai de bunda, na segunda (Londres) eu cai de cara, hoje (no Rio) eu cai de pé. Se conquistei meu sonho, qualquer um pode conquistar o que deseja. Nunca deixem que as pessoas que dizem que você não vai conseguir te vençam. Ninguém pode dizer do que você é capaz. Apenas você mesmo - festejou Diego.
O técnico dos atletas brasileiros, Marcos Goto, se derreteu em elogios aos ginastas medalhistas do Brasil.
- A gente não tinha essa noção que poderíamos ter dois medalhistas. O Nory é um moleque dedicado que se esforçou muito para chegar ao resultado e o Diego é um menino que todo mundo disse que não chegaria ao resultado e aí está, hoje ele é vice-campeão olímpico. Ele é muito esforçado e sempre treinou com muita seriedade, mas, mesmo assim, decidimos apertar o ritmo e aumentar a carga. Felizmente, deu resultado. Parabéns pros meninos, eles merecem – comemorou o treinador, visivelmente emocionado.